terça-feira, 20 de maio de 2008

Momento

Tanta coisa pra fazer

E eu estou aqui,

Acho que é nesses momentos

Que realmente descubro

O que é momento


O mundo

Poderia desabar em tormenta

E levar tudo o que deve ser feito

Em seu Réquiem melancólico


Mas a verdade é que

O momento só existe

Pois o delírio já se abriu

E vorazmente engoliu

Tudo o que não era vida


Parado eu observo tanta coisa

Inclusive o espaço entre as imagens

A preencher o vácuo entre pensamentos

Sentando de maneira plena

Na sincronia imprecisa das gotas de chuva


Por isso sento, paro

Observo, vejo e escuto

E as coisas que deveria fazer

Esperam ou queimam

São apenas um rabisco sujo

Na vida inconsciente

Pela qual se esgueiram


(eu estou aqui, elas não sei

Deveriam procurar algum lugar

Para estar)


No final das contas

Os momentos não existem

Aos montes como deveriam

Pois o movimento ininterrupto de tudo

Faz parecer que o parar assusta

E que o nada fazer

Excomungado deve ser

Como um erro insensível de quem não vive


Sendo assim, não faça nada amigo

E amigos seus os momentos serão

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