Não existem contradições
nas emanações do infinito
tudo transcorre com harmonia,
transcendental poesia essa da existência
Cai o pôr-do sol sobre a cidade
derramando seu banho dourado
Sobre as histórias cotidianas
Encobertos, condicionados
Apenas alguns poucos
atentam-se para benção
O sol
explode sua energia
sobre as retinas abertas
O tráfego
quase emudece
perante o silencioso
brilho intenso
dos raios de ouro
O dia
em ventania
ao céu em nuvens azuladas
oferece-nos um espetáculo
entardecer sempre esperado
sempre renovado
a cada eterno
instante em mutação
na superfície das nuvens coloridas
Sigo sem deixar nada Além do que fica da minha distração/ Ser humano é ser estrada na dor no amor ou na ilusão
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Teia e pétala
Instantes antes
de cair no chão
Um pétala rosada
é capturada
pela sutileza
de um dos fios
de uma teia
auspiciosamente
armada
por uma aranha
que, supostamente
não entendia
nada de poesia
de cair no chão
Um pétala rosada
é capturada
pela sutileza
de um dos fios
de uma teia
auspiciosamente
armada
por uma aranha
que, supostamente
não entendia
nada de poesia
verdade outonal
Uma verdade outonal
Bateu à porta
de meus dias lúcidos -
Vou despertando para o brilho do sol
E com mais clareza
tateando o imponderável:
Motivo orquestradamente
colorido, denso e impressionante
quando se busca
atingir em vida
as possibilidades sedutoras do incognoscível
Esse mistério que tanto me fascinava
Vento louco que me perturbava
Bateu à porta
de meus dias lúcidos -
Vou despertando para o brilho do sol
E com mais clareza
tateando o imponderável:
Motivo orquestradamente
colorido, denso e impressionante
quando se busca
atingir em vida
as possibilidades sedutoras do incognoscível
Esse mistério que tanto me fascinava
Vento louco que me perturbava
Quereres
Queria que o tempo
parasse
para que escrevesse
sobre o seu passar
Queria compor
canções maravilhosas
e assim apenas com palavras
poder viajar
e com melodias potentes e cativantes
sinceras e envolventes,
reverberar
todo mistério
que carrego em meu peito
Queria compor álbuns
conceituais
sobre minhas experiências
transcendentais
O caderno
O caderno que carrego comigo
no vazio em branco
de suas páginas contém
todas as possibilidades
de minhas imaginuras
todas as viagens
de meus passos para o além
Passo ao largo
de promessas e pedidos
sou vento louco
carregando a tempestade
aleatoriamente
abro a página vazia
e sobre ela
precipito meus olhares
Quero rumos, incertezas, desafios
impulsionando-me para o distante de mim mesmo
onde encontro a satisfação certeira
no movimento de uma vida estradeira
Sem olhares o caderno me interfere
à tira colo sempre em meu colete
Sabe tudo o que ingiro,
tudo que calo
tudo que transfiro
da realidade para os atos de viver (in)versos
no vazio em branco
de suas páginas contém
todas as possibilidades
de minhas imaginuras
todas as viagens
de meus passos para o além
Passo ao largo
de promessas e pedidos
sou vento louco
carregando a tempestade
aleatoriamente
abro a página vazia
e sobre ela
precipito meus olhares
Quero rumos, incertezas, desafios
impulsionando-me para o distante de mim mesmo
onde encontro a satisfação certeira
no movimento de uma vida estradeira
Sem olhares o caderno me interfere
à tira colo sempre em meu colete
Sabe tudo o que ingiro,
tudo que calo
tudo que transfiro
da realidade para os atos de viver (in)versos
Atrás do museu de arte
No parque
Atrás do museu de arte
os burgueses levam
seus cachorros para passear
Como o dia é de sol
exibem inflados
seus óculos escuros
na tarde de um dia de semana
Eu- poeta- sentado em um banco
do mesmo parque
atrás do museu de arte
Apenas esperava a chegada
de algum verso ou melodia
no entre tempo dos compromissos
buscava em silêncio
a harmonia de uma nova canção
em verdade procurava
no miolo da tarde
encontrar alguma calmaria
para meu coração
desejoso de fuga
No banco de um gramado
atrás do museu do olho
enquanto os burgueses
passeavam com seus cães
Minhas retinas sonoras
buscavam lúcidas
os silêncios, os palpites
escondidos na desilusão
Atrás do museu de arte
os burgueses levam
seus cachorros para passear
Como o dia é de sol
exibem inflados
seus óculos escuros
na tarde de um dia de semana
Eu- poeta- sentado em um banco
do mesmo parque
atrás do museu de arte
Apenas esperava a chegada
de algum verso ou melodia
no entre tempo dos compromissos
buscava em silêncio
a harmonia de uma nova canção
em verdade procurava
no miolo da tarde
encontrar alguma calmaria
para meu coração
desejoso de fuga
No banco de um gramado
atrás do museu do olho
enquanto os burgueses
passeavam com seus cães
Minhas retinas sonoras
buscavam lúcidas
os silêncios, os palpites
escondidos na desilusão
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Brisa movente do tempo II
Tudo por que andava distraído
e um dia soprou de leve
a brisa movente do tempo
sobre minha face sedenta de chuva,
e sol poento, e estrada presente
nas escolhas atadas à sina do grande amor
e viajei emocionado com todas as possibilidades de viver
Queria encontrar cada amigo, com no mínimo
uma madrugada para conversar
e compartilhar com eles sem mal entendidos,
posto que não há alegria maior
do que uma comunicação bem estabelecida,
e um dia soprou de leve
a brisa movente do tempo
sobre minha face sedenta de chuva,
e sol poento, e estrada presente
nas escolhas atadas à sina do grande amor
e viajei emocionado com todas as possibilidades de viver
Queria encontrar cada amigo, com no mínimo
uma madrugada para conversar
e compartilhar com eles sem mal entendidos,
posto que não há alegria maior
do que uma comunicação bem estabelecida,
Todo Indizível de nossas passagens e travessias,
Ainda não terminadas
Toda maravilha, toda poesia, todo espanto
De nossas conversas improvisadas
Poemas temporários,
Dias sem itinerários
Que como castelos de areia
À beira da praia
Se desfizeram com o beijo das ondas
A brisa movente do tempo
Um dia soprou de leve
a brisa movente do tempo
Dois passos que dei derrepente
Tropeçaram no porém do futuro
O que dizer do ininterrupto
fluxo secreto da vida?
O que silenciar
no segredo que emana do fim?
Sou pouco para tanto viver,
Sou muito dentro os tanto tropeços
e entre os erros que cometi
os arranjos que me conduziram
ainda espantam com a surpresa de tudo,
o mistério conduzindo lembranças
sugere o rumo perdido
de todas as viagens realizadas
Tantos sorrisos, canções, praias
rios, cachoeiras e madrugadas,
entorpecido me encontro
pela própria potência da vida!
Ah! Ainda há tanto para se fazer,
tantas estradas a percorrer...
tanto já me fascinei com todos os sonhos vividos:
fluxo sequência de acontecimentos sem fim
lábio reluzente em noite de lua cheia
Paisagens em movimento na Janela lateral
Todas as rotações das incontáveis estrelas dos inumeráveis universos
e tudo o que queria é pouco para o tanto,
lapso de eternidade provável que em resíduo último sou...
Infinito buscado de cada segundo
Promessas lançadas no passado distante
Tudo isso me engrandece e me ridiculariza
como a trajetória humana de cada entidade viva
encarnada neste corpo destinado ao prazer e à transcendência!
Ah! Ainda há tanto para enfrentar, tanto para amar, tanto para sonhar...
tanto no entretanto de tantos poréns
que assolam o enquanto desse além de que nunca chega
Esse desafio de aprender a cada desencontro
a responsabilidade de manter-se louco, ao menos um pouco
sendo amor da cabeça aos pés
apesar dos compromissos, apesar de tudo:
esse futuro que tecemos a cada aurora
esse mistério gostoso de cada entardecer
Seja o dia paleta densamente colorida
Ou de moldes cinzentos definitivamente opacos,
vivemos e tecemos nosso rumo incerto,
estradar movente da vida que nos guia
O sol que nos movimenta em suas rotações
Peregrinações cíclicas em torno do centro do universo
Entre o silêncio da contemplação
e o êxtase do cantar transcendental
multiplica a existência ínfima de meu temporário
Karma Terreno...
a brisa movente do tempo
Dois passos que dei derrepente
Tropeçaram no porém do futuro
O que dizer do ininterrupto
fluxo secreto da vida?
O que silenciar
no segredo que emana do fim?
Sou pouco para tanto viver,
Sou muito dentro os tanto tropeços
e entre os erros que cometi
os arranjos que me conduziram
ainda espantam com a surpresa de tudo,
o mistério conduzindo lembranças
sugere o rumo perdido
de todas as viagens realizadas
Tantos sorrisos, canções, praias
rios, cachoeiras e madrugadas,
entorpecido me encontro
pela própria potência da vida!
Ah! Ainda há tanto para se fazer,
tantas estradas a percorrer...
tanto já me fascinei com todos os sonhos vividos:
fluxo sequência de acontecimentos sem fim
lábio reluzente em noite de lua cheia
Paisagens em movimento na Janela lateral
Todas as rotações das incontáveis estrelas dos inumeráveis universos
e tudo o que queria é pouco para o tanto,
lapso de eternidade provável que em resíduo último sou...
Infinito buscado de cada segundo
Promessas lançadas no passado distante
Tudo isso me engrandece e me ridiculariza
como a trajetória humana de cada entidade viva
encarnada neste corpo destinado ao prazer e à transcendência!
Ah! Ainda há tanto para enfrentar, tanto para amar, tanto para sonhar...
tanto no entretanto de tantos poréns
que assolam o enquanto desse além de que nunca chega
Esse desafio de aprender a cada desencontro
a responsabilidade de manter-se louco, ao menos um pouco
sendo amor da cabeça aos pés
apesar dos compromissos, apesar de tudo:
esse futuro que tecemos a cada aurora
esse mistério gostoso de cada entardecer
Seja o dia paleta densamente colorida
Ou de moldes cinzentos definitivamente opacos,
vivemos e tecemos nosso rumo incerto,
estradar movente da vida que nos guia
O sol que nos movimenta em suas rotações
Peregrinações cíclicas em torno do centro do universo
Entre o silêncio da contemplação
e o êxtase do cantar transcendental
multiplica a existência ínfima de meu temporário
Karma Terreno...
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Poética
Não me nego à inspiração
Quando ela bate a porta...
Mesmo que ela não me atenda
Quando, todos os dias
Toco a sua campainha
Sem Reservas Ao Amor
Haveria algo melhor do que
sermos amados apesar daquilo que somos,
sermos amados apesar daquilo que somos,
Amar esse mundo imperfeito
Sem desejar mais do que esse jeito:
Condição perene e tropeça
Que tanto nos decepciona e espanta?
Haveria algo melhor, no amar
Do que ser amado, derrepente
Por sermos simplesmente
Aquilo que de fato somos?
Sem correções, adições,
expectativas ou melhorias
Sem contratos, promessas
Previsões ou garantias
Sem contratos, promessas
Previsões ou garantias
Assim como fomos o vento
O sereno e o suor daquela noite fria
Em que nos amamos sem desejar da vida
Nada a não ser um ao outro,
Tudo apesar do futuro.
Sermos completamente amados,
Como se a vida poesia,
-Sempre ao nosso lado-
Desse-nos todos os dias
Um sinal certeiro que estamos no caminho.
Mais querer este querer
É não amar a situação imperfeita
Pelo o que ela é de fato:
Somos amados pelo quanto amamos
E não pelo quanto queremos.
Querer este querer
É querer um mundo perfeito
Onde seriamos amados
Apesar de nosso jeito-
Apesar de nosso jeito-
Incondicionalmente
Apesar de nossas imperfeições.
É mais fácil amar
Esse mundo assim imperfeito,
Posto que perfeito em sua imperfeição
De não sermos amados assim tão facilmente
Do que esperarmos que ele seja perfeito
Esse mundo assim imperfeito,
Posto que perfeito em sua imperfeição
De não sermos amados assim tão facilmente
Do que esperarmos que ele seja perfeito
Para que possamos enfim e completamente
Entregar-nos insuspeitos
E Sem reservas ao amor
E Sem reservas ao amor
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Lá! (Ainda)
passo
desfaço
tudo
aquilo
que sabia
percalço
esqueço
tudo
aquilo
que me prendia
renasço
transformo
transmuto
todo
viver
em poesia
Trilho,
servindo
a estrada da liberação
Busco voltar
ao lar
Lá!
além de toda ilusão
onde cada passo
é uma dança
e cada palavra
uma canção
desfaço
tudo
aquilo
que sabia
percalço
esqueço
tudo
aquilo
que me prendia
renasço
transformo
transmuto
todo
viver
em poesia
Trilho,
servindo
a estrada da liberação
Busco voltar
ao lar
Lá!
além de toda ilusão
onde cada passo
é uma dança
e cada palavra
uma canção
Susto de um tropeço
A chuva no tempo o espaço
desejo o sonho e a poesia
o improvável incerto
pecaminoso deserto
dessas sedutoras miragens
que fazem o querer de tudo
papel em branco
o compromisso
esquecimento omisso
de alguma obrigação vindoura
os amigos as mudanças
a esperança sedutora
de curtir um barato total
sem fim nem começo
inspiração genial
no susto de tropeço
desejo o sonho e a poesia
o improvável incerto
pecaminoso deserto
dessas sedutoras miragens
que fazem o querer de tudo
papel em branco
o compromisso
esquecimento omisso
de alguma obrigação vindoura
os amigos as mudanças
a esperança sedutora
de curtir um barato total
sem fim nem começo
inspiração genial
no susto de tropeço
Caminho da Canção
Na tarde dos dias
os pensamentos-vôos
da consciência viajante
Quisera eu
ser os sons da manhã
apenas ressoando, cantando
Nossas tentativas mais ousadas
de compreender os outros
são nossas maneira mais refinadas
de afirmar a nós mesmos?
Só sei que nada sei
infinito porém esse da sabedoria
etérea, divagante, incerta
tenho preferido o canto
tenho praticado a poesia
Deus é Deus
por que está além de tudo
e ilimitadamente infinito
No espectro largo
de um segundo apenas
Quero espaços de tempo
para debruçar-me sobre o violão
Quero divagar em acordes buscar melodias
e no improviso de alguma inspiração
encontrar o caminho de uma nova canção
os pensamentos-vôos
da consciência viajante
Quisera eu
ser os sons da manhã
apenas ressoando, cantando
Nossas tentativas mais ousadas
de compreender os outros
são nossas maneira mais refinadas
de afirmar a nós mesmos?
Só sei que nada sei
infinito porém esse da sabedoria
etérea, divagante, incerta
tenho preferido o canto
tenho praticado a poesia
Deus é Deus
por que está além de tudo
e ilimitadamente infinito
No espectro largo
de um segundo apenas
Quero espaços de tempo
para debruçar-me sobre o violão
Quero divagar em acordes buscar melodias
e no improviso de alguma inspiração
encontrar o caminho de uma nova canção
Fruto semeado
Ama teus amores
Lembrando-te sempre
dos passos silentes do fim
o dia tem aromas efêmeros!
Mira a eternidade
para que num susto
desperte para realidade,
como a Lua em seu rumo
A vida passa
e por entre os dias,
assim na poesia caminha
Sempre diferente
do que imaginamos
O fruto
daquilo que semeamos
Lembrando-te sempre
dos passos silentes do fim
o dia tem aromas efêmeros!
Mira a eternidade
para que num susto
desperte para realidade,
como a Lua em seu rumo
A vida passa
e por entre os dias,
assim na poesia caminha
Sempre diferente
do que imaginamos
O fruto
daquilo que semeamos
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
A Pétala e o Vento
Deparei-me com uma pétala,
Rosada envelhecida,
Pétala de bouganville
Dependurada nos fio de uma teia
Ela equilibrava toda
aquela tarde de sol e vento
aquela tarde de sol e vento
Em seu improvável descanso aéreo
A aranha, ainda desinformada
Mal sabia do óbvio
Espanto de imensidão
Que se encontrava equilibrando
Os segundos de uma tarde
Em sua armadilha sutil
Suspeitei no início
Das intenções evidentes daquela pétala
A mente racional entrou bosteando
Dizendo que pétala não tem consciência
Nem intenção para dependurar-se
Assim tão poeticamente
Assim tão poeticamente
No equilíbrio da tarde
Em uma teia de aranha
Demorou-me a surgir o poema
Tão explícito daquela situação
Ao ler uma entrevista,
De um poeta songo e genial
Que é dado a brincar com as palavras,
É que desabrochou o poesia
Contida na impressão primeira
Daquela visão tão antióbvia
A vontade da pétala
Era seduzir o vento
Desafiar a gravidade
Para além de todo pertencimento
Ficou evidente
Que ela estava enamorada
E assim desvairada,
Perdida em impossibilidades
Louca de amor
Lançou-se lascívia
Sobre uma armadilha de éter,
Virou vitral moldura
De um amor impossível
Aquela teia de aranha
O vento lambia
O corpo colorido
Daquela pétala em equilíbrio
Um amor improvável
Comprovou-se sutilmente
Nos atos do tempo
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Prefiro o Mistério
Que as coisas
independem
da vontade dos humanos
(escapando sempre
de seus planos e
controles)
para mim é evidente
Mas será que as coisas
independem mesmo
da vonta de Deus?
Então é somente o
acaso formando leis sem vida
que faz com que dias e
noites
sucedam-se ciclamente
na imensa dança das
estações?
Então são apenas
tendências e probabilidades
que
interrelacionamdo-se de um modo indefinível
regem o bailado dos
astros
a sinfonia de
nascimentos e mortes
e a queda das folhas do
outono?
Não seria a energia de
Deus fluindo
Isso que chamamos de
lei natural dos encontros?
Não sei, nesse planeta
ínfimo
grão de areia
flutuando no universo
Prefiro o mistério
Lições da Mata
Feridas mal tratadas
certamente inflamarão
Barraca mal armada
umedece
e entra água
é no entardecer
que a imanência dos
mosquitos
é mais evidente
é também
quando os bichos fazem
um som
na frequência do om
a criação se alastra
chuva de relâmpagos e
trovões
estremece e ilumina
quando reverbera o chão
dos vales
a época das chuvas
é também das
borboletas
o tempo é tão
instável
quanto eterno
o amor é louco
mas também razão
o inimigo é também
irmão
e o sol pode gostar
mais do inverno
é possível perceber
o instante em que
nascem as estrelas
nós somos todos mangas
deliciosas
os insetos mais
coloridos
são também os mais
venenosos
os pássaros conversam
em idiomas musicais
certas flores não
vivem mais do que uma tarde
em solo fértil tudo
o que é semeado
frutifica
Roseiras, entre outras
sutilezas
precisam de cuidado
tudo precisa ser
fecundado
a amizade é um valor
atemporal
e a qualidade de vida
dá saltos quânticos
na percepção
uma borboleta azul
passou ali
quero morar no mato
mas quero uma casinha
simples e confortável
uma cama, uma rede
um fogão um pé de
manga
um pé de abacate uma
lareira
uma horta uma bananeira
um templo uma viola um
som
mesa embaixo da árvore
amigos família filhos
poesia tranqulidade e
amor
vontade de cantar
por que a vida vale a
pena
tem sentido e tudo mais
melhor previnir do que
remediar
melhor sonhar do que
voltar atrás
-
Vamos esquentar mais
água
tomar mais um mate, ela
diz
ainda temos tanto pra
conversar
olhar no olho ficar na
varanda
e ali do lado ver a
chuva passar
Vamos lembrar dos
amigos
comer biscoitos
Não há nada tão simples
como amar
e deixar a vida
escolher pela gente
o rumo do nosso
estradar
Vamos olhar para as flores
Sabendo que os planos
são só brincadeira
pra se distrair
Melhor que sejam sonhos
afinal tudo é imenso
e agora não é hora de
pensar em partir
Vamos ficar tranquilos
serenando a mente dar uma volta,
passear no mato
passear no mato
e tomar um banho de
cachoeira
Tendências
Não fazer da literatura um reflexo da própria vida...
Alguns pensam assim criam e escolas,
Ou simplesmente limitam-se e almejar sua obra-prima
Que será lida e reconhecida
Quando o mundo perceber
Que por trás daquele ente solitário
e viciado em literatura
Havia um gênio
Não posso fugir dessa tendência beat
Que tanto me fascinou, minha realidade é imaginada.
E minhas imaginações têm lastros para além do ilusório
Crio com um rio que escorre
Suas águas sem opção de serem estancadas
Meu fascínio pela transcendência é inescapável
Krishna ouve cada entre linhas de meus poemas
E faz comigo as canções que eu faço
O ateísmo me soa como preguiça
De se deparar de modo detido
Sobre as questões para além do concreto,
Sobre a fonte dos movimentos e impermanências
E a responsabilidade de quando se ousa
Reconhecer-se eterno
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Sobre Aquela Sexta-Feira
Em uma noite de sexta-feira
a lua crescente derramou
seus raios da lua da de benção
e declarou:
que choveu sonoramente
a misericórdia para além da mente
sobre as ruas escuras do Largo Da Ordem
Subvertendo toda probabilidade
Indo muito além de qualquer previsão
Um grupo dançante e irradiante
-Declarando guerra contra a Ilusão-
saiu em cortejo com seus instrumentos
Védicamente afinados
Entoando os santos nomes de Sri Krishna
com toda a força de seus pulmões
sem se importar com o vento frio
sem se importar com os olhares espantados
Que enfim se renderem e dançaram
Animados pela luminosidade incontestável
Canto que fazia retumbar
certa desordem divina e maravilhosa
Verdadiros Malucos e Malucas
Belezas buscado a pureza
tropicalistas transcendentais
entusiasmados na noite auspiciosa
loucos de Deus Sem medo da noite
sem medo do escuro ou da solidão
Apenas precisando ver o Luar
mergulhados em uma pira sem ressaca
irradiando e retumbando
a profecia perfeita de Sri Caitanya MahaPrabhu
Saíram do templo,
que muitos acreditavam já ter ido dormir
acompanhados e protegidos pela energia espiritual
de um devoto puro e pleno de amor por Deus
Floresceram cores
na noite escura da cidade
laranja roxo amarelo púrpura
azul verde e açafrão
Os olhos ébrios e vermelhos
daqueles que buscavam na matéria o prazer
quase não acreditavam na alegria que contagiava
Vindo daqueles que cantavam apenas uma canção
As dondocas arrumadas,
esperando na fila para entrar na balada
certamente espantadas com as roupas simples dos devotos
Animaram-se e dançaram também
Sob a cara feia dos policiais em fila,
Que certamente sentiram uma vontade- mesmo que pequena-
de estar ali vivendo tão alegremente
em uma noite de lua crescente
observando os atos do largo da ordem
um cortejo de devotos fez dançar
Toda a desordem dos iludidos
que mesmo sem se darem conta
estavam recebendo gotas do néctar supremo
para além da ressaca moral do ocidente racionalista
nos entregamos às marés da verdade absoluta
Sem medo de perder a compreensão da diferença
entendendo que tudo emana da pessoa Suprema
Vamos sendo harmonizados aos arranjos da verdadeira revolução
Olhando para fora do mundo
encontro a eternidade
refletida nos olhos daqueles que vêem
e buscam a verdade
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
O criador certamente tem uma queda profunda por paradoxos
E Deus já sabia de tudo antes de criar o mundo
-Mudo silêncio da vastidão emanando-
Metrópole sarcástica plenitude
Cachoeira fluindo de sua ininterrupta vibração
Matriz misteriosa e inconcebível
Chafariz de novidades cíclicas
No eterno retorno de todos os ineditismos irônicos
Assim como por agora se encontra acontecendo
Ele, existindo de novo a cada nova parte de sua criação,
Já sabia de tudo e estava em tudo antes
Que tudo passasse a existir porém.
Repetindo ressoando em ritornelo
O fluir infinito na paleta de cores de um pintor
Sem limites ou pudores para olhar além.
Do mais sabe sabia soube
A poesia ,o desencontro e a desordem
De cada esquina de cada esquecimento
Deus sabia e ainda se lembra
De cada sofisma e de cada casamento
De cada silêncio e de cada sintoma
De cada orgasmo de cada marasmo
De cada futuro de cada viagem
De cada transgressão e de cada liberdade
De todo amor, carinho, raiva,
Tédio, prazer, loucura e euforia
Borbulhando como água fervente
Nos corações flutuantes de cada uma de suas criações
Impermanentemente angustiadas por sua energia ilusória
Milhares de religiões, xamanismos e práticas espirituais
São inventadas e concebidas nos universos
A cada instante do tempo relativo,
Encontro motivo no sono sabido que sinto na tarde
Deus sabia desse poema que agora escrevo
Antes mesmo dele nascer no meu tédio
Ou apontar seu faro frenético e calma
Nas antenas desejosas e famintas de minha poética
bruxeleante
Penso que invento
Mas recrio sempre e sem escolha
A mística inédita
De viver um destino prescrito
A cada novo dia sem precedentes
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Um poema longo, para quem estiver disposto
Transbordar em palavras, como sempre
as divagações desse meu eu atribulado
que segue tropeçando, inconsequente
em suas próprias escolhas do viver apaixonado
Sou incapaz agora, e sinceramente assumo,
de ter ao menos vontade de transcender
essa minha condição humana, demasiadamente humana
que dissonantemente reverbera em meu viver.
Sou uma alma condicionada, eu sei.
uma folha seca ao vento, menos importante do que palha da rua
mas por entre os grilhões de minha prisão ilusória e passageira
quero ao menos festa e sorriso, prefiro encantar
cantar, gozar e viver: correr o risco
dessa vida que se apresenta agora como vida
como café, como prazer, mesmo que temporário
quero conversa sem itinerário, quero madrugadas!
Tenho quedas platônicas por todos os naufrágios e epitáfios impossíveis.
Quero risada, poema e lágrima,
e se esse for o preço, quero também a ilusão,
esse tema cíclico na eterna realidade de inspiração e expiração.
Quero movimento e assumo as translações desse ser em sofrimento...
Por agora não quero me sacrificar pelo paraíso futuro,
pela minha vaga no mundo espiritual.
Pois sei que de algum modo estranho e caprichoso,
no meu ponto de vista iludido e apaixonado,
ela já está garantida em algum lugar e tempo de toda criação...
Pode Krishna me amar e me aceitar,
mesmo com meus desvios, caprichos e imperfeições?
Não almejo ser seu devoto puro e íntimo,
quero apenas cantar teus santos nomes
e escrever poemas sobre sua perfeita e maravilhosa
obra-prima genial chama vida, misteriosa e imensa vida...
Ser talvez, depois da morte, um átomo das melodias de sua flauta
e se não for possível, encarnarei novamente
para amar, me apaixonar e fazer poesias
sobre as sutilezas maravilhas e heresias
que emanam sempre de sua pessoa perfeita e absoluta
Talvez- ou certamente- minha alma não sirva agora
para seguir os princípios regulativos
para principiar os passos definitivos rumo minha libertação final
mas quero te servir, ó pessoa suprema...
Mas será que posso amar a vida sendo permissivo?
mesmo mantendo banalidades em meu eterno ser transcendental?
Ser ao mesmo tempo corpo, mente e espírito?
Será que posso ser ao mesmo tempo imperfeito e consciente?
Dando passos mansos, sossegados e silentes na trilha austera da espiritualidade?
Toca o sino, muge a vaca, o sol se põe...
se tudo isso é Maya, e eu sei que é,
pois quem sou eu para discordar das escrituras?
Concluo impermanente que ainda tenho karma pra queimar....
e o que pode o ser imperfeito e impermanente, em meio as escrituras
perante as criaturas- almas também condicionadas - senão amar?
amar e esquecer, amar e malamar, amar desamar amar?
amar aquilo que o mar traz à praia, àquilo que se perde na maré incessante dos dias...
o que posso eu, ser em rotação universal de caprichos e impurezas humanas, senão amar?
amar e assumir, melodar e sorrir, como sinceridade sobre meu devir perigoso?
e farejar no caminho auspicioso algum traço da liberdade perdida?
Será que tudo fica pra depois? pra depois da morte? pra depois da perfeição?
será que o cotidiano em combustão não pode ser libertação?
Quero ser suave e ameno como um fim de tarde, como uma conversa entre amigos,
tranquilo como um céu azul, manso como um sorriso
quero estar além de todo o julgamento, moralismo e punição
além do pecado, além do pensamento, além da mente, além da ilusão
e transformar em calmaria, transmutar em poesia
esse lúcido tormento da matéria condição
as divagações desse meu eu atribulado
que segue tropeçando, inconsequente
em suas próprias escolhas do viver apaixonado
Sou incapaz agora, e sinceramente assumo,
de ter ao menos vontade de transcender
essa minha condição humana, demasiadamente humana
que dissonantemente reverbera em meu viver.
Sou uma alma condicionada, eu sei.
uma folha seca ao vento, menos importante do que palha da rua
mas por entre os grilhões de minha prisão ilusória e passageira
quero ao menos festa e sorriso, prefiro encantar
cantar, gozar e viver: correr o risco
dessa vida que se apresenta agora como vida
como café, como prazer, mesmo que temporário
quero conversa sem itinerário, quero madrugadas!
Tenho quedas platônicas por todos os naufrágios e epitáfios impossíveis.
Quero risada, poema e lágrima,
e se esse for o preço, quero também a ilusão,
esse tema cíclico na eterna realidade de inspiração e expiração.
Quero movimento e assumo as translações desse ser em sofrimento...
Por agora não quero me sacrificar pelo paraíso futuro,
pela minha vaga no mundo espiritual.
Pois sei que de algum modo estranho e caprichoso,
no meu ponto de vista iludido e apaixonado,
ela já está garantida em algum lugar e tempo de toda criação...
Pode Krishna me amar e me aceitar,
mesmo com meus desvios, caprichos e imperfeições?
Não almejo ser seu devoto puro e íntimo,
quero apenas cantar teus santos nomes
e escrever poemas sobre sua perfeita e maravilhosa
obra-prima genial chama vida, misteriosa e imensa vida...
Ser talvez, depois da morte, um átomo das melodias de sua flauta
e se não for possível, encarnarei novamente
para amar, me apaixonar e fazer poesias
sobre as sutilezas maravilhas e heresias
que emanam sempre de sua pessoa perfeita e absoluta
Talvez- ou certamente- minha alma não sirva agora
para seguir os princípios regulativos
para principiar os passos definitivos rumo minha libertação final
mas quero te servir, ó pessoa suprema...
Mas será que posso amar a vida sendo permissivo?
mesmo mantendo banalidades em meu eterno ser transcendental?
Ser ao mesmo tempo corpo, mente e espírito?
Será que posso ser ao mesmo tempo imperfeito e consciente?
Dando passos mansos, sossegados e silentes na trilha austera da espiritualidade?
Toca o sino, muge a vaca, o sol se põe...
se tudo isso é Maya, e eu sei que é,
pois quem sou eu para discordar das escrituras?
Concluo impermanente que ainda tenho karma pra queimar....
e o que pode o ser imperfeito e impermanente, em meio as escrituras
perante as criaturas- almas também condicionadas - senão amar?
amar e esquecer, amar e malamar, amar desamar amar?
amar aquilo que o mar traz à praia, àquilo que se perde na maré incessante dos dias...
o que posso eu, ser em rotação universal de caprichos e impurezas humanas, senão amar?
amar e assumir, melodar e sorrir, como sinceridade sobre meu devir perigoso?
e farejar no caminho auspicioso algum traço da liberdade perdida?
Será que tudo fica pra depois? pra depois da morte? pra depois da perfeição?
será que o cotidiano em combustão não pode ser libertação?
Quero ser suave e ameno como um fim de tarde, como uma conversa entre amigos,
tranquilo como um céu azul, manso como um sorriso
quero estar além de todo o julgamento, moralismo e punição
além do pecado, além do pensamento, além da mente, além da ilusão
e transformar em calmaria, transmutar em poesia
esse lúcido tormento da matéria condição
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O Sol esperava radiante
O Sol esperava radiante,
Tornando mais quente
Aquele dia frio de inverno
Saímos pelas ruas do centro
Cantando alegremente
Os santos nomes do senhor
Com três violões uma mridanga
Címbalos e muito amor
Estremecemos
as estruturas ilusórias da cidade
Embalamos o amor latente
No coração de cada cidadão vivente
Que se deparou com aquele cortejo
Alegre colorido e dançante...
Alguns estranhavam outros sorriam
Mas ninguém era capaz de ser indiferente
Àquela onda devocional
Como o violão em punho
Fui mergulhado no néctar
Pelo qual sempre ansiei
Associados maravilhosamente
Eu e amada fizemos parte
Daquela multidão singela
Que acordou mantricamente
As ruas de Curitiba
Fazendo ressoar aos quatro ventos
A vibração transcendental do mantra
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna
Krishna Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare
Como se tomados por uma alegria
Maior do que nossos sorrisos e vozes
Fossem capazes de conter, cantávamos
Sem nos importar com os olhares espantados
Apenas tendo consciência
De estar fazendo aquilo de melhor
Que poderíamos fazer de nossas vidas:
Entoar os nomes do senhor Krishna
Trazendo paz para o coração do centro
Assim como no centro do coração está paz
Senhor Caitanya certamente se alegrava
Ao ver sua profecia amorosa ser cumprida
Ainda que de modo simples e humilde
Quem precisa mais
Do que algumas
melodias
E uns poucos instrumentos
Quando se tem o Maha-Mantra
E associação dos devotos?
do amor e suas trilhas nectarosas
Frente a mim um texto a ser escrito,
Como tantos outros já tiveram
Um sagrado tenso e antigo rito
Que pelas eras foi levando o grito
Daqueles que não eram
Um mente turbulenta, uma página vazia
Um prazo, dez dedos e muitas inquietações.
Além das brumas e dos castelos de ilusões
Passeio pelas teclas como um caminhante noturno:
Sem destino a não ser fruir
A própria noite incansável de seus passos
Que o leva a seguir o devaneio silente
Fluindo aquoso de seus atos insensatos
Enquanto lá fora chove uma água fria
Tento precipitar meu coração em versos brancos
Encontrar a poesia sentir a consciência
No que ela tem de desperta
Ser na tarde uma janela aberta
Sei o quanto essa formação moderna me atrapalha
Vou tomando decisões fatais e Investigando minúcias transcendentais
Sem ter certeza alguma sobre meu rumo definitivo
Tendo apenas vislumbres da possível saída tento
Apontar as velas para o vento que está a favor
Buscando encantar o prumo mundano
Assumo os riscos do meu destemor
Leio Pessoa, me inspiro...
Algo dentro de mim clama por poesia de modo insistente
Talvez ateasse fogo derrepente, sem motivo
Se em minha existência eterna
Não pudesse buscá-la:
Essa musa incerta, fugidia e louca
Que me assola o corpo a alma e boca
Por detrás do sentido inalcançável das palavras
Através dos dias, vivo os conflitos internos de existir
Sou como pássaros cantando
Mas que desejavam apenas florir,
Caso pudessem ser como as plantas
Caso pudessem esperar a primavera
Das escrituras védicas tenho recebido sinais
Que se entrelaçam com a vida e nunca são mais fortes
Do que aqueles caminhos irrefutáveis que ela pode me apontar
Da minha mente
- incansável fonte de turbilhões e trapaças-
Sofro um anúncio de impermanências vastas:
transformações derradeiras e maravilhosas
surgindo, brotando nascendo
do amor e suas trilhas nectarosas
Ritmos do centro
Tranquilizei-me ao pé de um cactos
Sem espinhos busco entregar-me ao poema
Se tudo isso que sonhei em forma de amor
É que aquilo que se apresenta
No incerto rumo de meu caminho,
Sem questionar aceito.
Irrompendo o silêncio
Pousou um pássaro de luz
No ombro calmo de meus pensamentos.
Para escrever tenho de me tornar,
Incorporar a experiência da idéia
Para escrever tenho que amar
Eu barbudo e cabeludo,
Sempre meio desajeitado e tropeço
Carregando caixas de papelão
pelas ruas movimentadas do centro
Mais uma vez de mudança,
Mais uma vez em movimento
Desta vez saindo do centro,
Centro este que recebeu de ruas e noites abertas
Todos os instantes e exageros
Do meu eu esparramado,
Dilatado, distorcido, embriagado
Apaixonado por viver tranquilamente
Sua certeza lúcida de ver além da ilusão
Observando seu pôr-do-sol entre prédios
Ao lado da amada enamorando-se
Pela lua cheia, parado à beira da calçada
Enfrentando como quem navega
Seus mil olhares e destinos anônimos
Suas vidas que se cruzam e se atravessam
Vindas sempre de outro lugar
Sempre de outro lugar
Para aqui, de um modo meio caótico e intenso
Se movimentar em um fluxo inevitável.
Em um frenético encontro de instantes
Quantas canções já foram cantadas
Em nome dessa angústia estranha
Que nos causa seu pulsar de concreto,
Gasolina e compromissos...
Mas de um modo estranho
Sou apaixonado por você
Ó Curitiba,
Cidade grande de meus devaneios
De meus sonhos e anseios
Cidade grande da minha rebeldia
Minha eterna quarta-feira de cinzas
Meu blues atravessado, minha poesia
Minha tarde chuvosa, minha distopia
Cidade grande,
Centro: onde fica a paz do coração?
Por todos os passos que compartilhamos
Viajamos e trilhamos juntos
Te escrevo assim como em mim
Você inscreve seus ritmos irrefutáveis
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Sem saber o sentido do vento
a festa poderia não
ter fim
a vibração do som
transcendental
purifica minha
consciência
Meu ser, com olhos e
coração
Livres da dor
desgarrados da mágoa
Livres do apego
colocamos as asas
para aprender a voar
Sem saber o sentido do
vento
A vida como um oásis
Aproveitar a estrada
por que a vida é como
um oásis
uma trilha no deserto
e a terra prometida
pode nunca chegar
E o viajante se desfaz
no incerto
em busca de miragens
como uma imagem no ar
O sol que bate no
asfalto
Ilude os Limites do céu
de um lado uma cidade
de cupins
de um outro um
latifúndio
enquanto uma rota do
segundo
a estrada se fundo ao
fim do mundo
A imensidão dos pastos
a lonjura nas vistas
São campos e mais
campos
que parecem ser livre
mas não são,
terras usufruidas pelo
apetite da cidade
Ilusão
O roda moinho
indicou o caminho dos
campos sem fim
Lupério Marília Lins
O Brasil e seus confins
Embora tudo isso seja
preciso
as árvores nascem
livres
sem que se queria
solitária em meio a
latifúndio
Jogando Palavras com Deus
Nesse mundo de Deus
tudo acontece
Tudo de Deus acontece
nesse Mundo
Deus-Mundo acontece
nesse de tudo
Tudo de Mundo acontece
nesse Deus
Mundo de Deus acontece
nesse Tudo
Acontece de tudo nesse
Mundo-Deus
De Deus nesse mundo
tudo acontece
Nesse mundo de tudo
acontece Deus
Acontece mundo nesse
Deus de tudo
Inútil
Gosto de ficar
sentado na
calçada
Com quem
não espera
por nada
Gosto de viver
nesse entre
tempo
dos
momentos
nesse entre
momento
dos tempos
Como quem inverte
o intento
utilitário do dia
Gosto de esquecer
compromissos
Subverter os ponteiros
vertendo deles o que há
de verdade
Assumir o risco
da
irresponsabilidade
de escrever poesia
intuindo o
desnecessário
Enquanto o mundo
inteiro parece
buscar alguma coisa
eu me realizo
apenas
Do A ao Z
Do A ao Z
Antenam Araças
Bolsas Brincalhonas
Conversam Convergências
Discursivas
Dissonâncias
Estudam Estrelas
Falseando Feitiços
Gestam-se Gritos
Habitam Helicópteros
Inutilizando Invenções
Jacarés Jogando
Kosmos Kantianos
Lampejos Letrados
Mamando Mamutes
Noites Nihilistas
Ocultam-se Obviamente
Pântanos Papeiam
Querelas Quotidianas
Rimando Riquezas
Sinestreiam Sabiás
Tatus Teóricos
Uivam Urgentemente
Verdades Vindouras
Whalt Whitman
Xistoso Xadrez
Yogando Ypês
Zarabatanam Zaratustras
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