um flor enlouquecida
tentava conter a ventania
ao modo que um sabiá
paquerando em dia frio
suas saias e pétalas
levantaram transpirando
em cores o fervor do baile
admirados
os galhos sustentavam o ritmo
tudo a contemplar
a contra-dança sem par
atiçando a ventania
Sigo sem deixar nada Além do que fica da minha distração/ Ser humano é ser estrada na dor no amor ou na ilusão
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
olhar de susto
presto atenção
aos seus olhos
e amo o infinito
de tudo o que vejo
fluindo
e escorrendo em minutos
transmuto tão susto
que assim tão doce
nem percebo
aos seus olhos
e amo o infinito
de tudo o que vejo
fluindo
e escorrendo em minutos
transmuto tão susto
que assim tão doce
nem percebo
por agora
Por agora
não adianta ler poemas,
inconsolável é a essência irônica
daquilo que te aflige
Não adianta o gol, o prazer
o presente
nada cala o ardente
olhar que te falta
nada substitui
a carícia que te enlouqueceu
aquela boca que te seduziu
para mostrar em êxtases
os cantos coloridos
onde reluz o universo
não adianta ler poemas,
inconsolável é a essência irônica
daquilo que te aflige
Não adianta o gol, o prazer
o presente
nada cala o ardente
olhar que te falta
nada substitui
a carícia que te enlouqueceu
aquela boca que te seduziu
para mostrar em êxtases
os cantos coloridos
onde reluz o universo
Vem Amor
O barco foi lançado
em algum lugar vai dar
Que ao menos haja dança
transbordando de esperança
a espera de amar
O barco foi lançado
um dia vai chegar
que ao menos haja fogo
transbordando todo lodo
no medo do luar
Entre espirais e suspiros
inventar um novo hino
no florescer de um sonho intenso
Aceitar cada momento
Vem amor
que não temos muito tempo
não existem contratempos
iludindo nosso vôo
Vem amor,
o céu é tão imenso
brincadeira de menino
no gosto bom do jogo
Vem amor
que o sol é devaneio,
beijo derradeiro em sonho estradeiro
colorindo o verão
Vem amor que o mundo é vão
vão-se os dias passando então
já não nos resta muito
com que se preocupar
o céu é nossa estrada
estrela guia da alvorada
nos chamando pra voar
em algum lugar vai dar
Que ao menos haja dança
transbordando de esperança
a espera de amar
O barco foi lançado
um dia vai chegar
que ao menos haja fogo
transbordando todo lodo
no medo do luar
Entre espirais e suspiros
inventar um novo hino
no florescer de um sonho intenso
Aceitar cada momento
Vem amor
que não temos muito tempo
não existem contratempos
iludindo nosso vôo
Vem amor,
o céu é tão imenso
brincadeira de menino
no gosto bom do jogo
Vem amor
que o sol é devaneio,
beijo derradeiro em sonho estradeiro
colorindo o verão
Vem amor que o mundo é vão
vão-se os dias passando então
já não nos resta muito
com que se preocupar
o céu é nossa estrada
estrela guia da alvorada
nos chamando pra voar
Desaprendendo
entre o escuro
e a despedida
uma estrela despontava
repentina anunciava
a vinda das constelações
entre a espera
e a melodia
o dia se findava
e a estrela anuciava
o entardecer das ilusões
levantamos,
tendo acompanhado
o pôr-do-sol até seu fim
E saímos aliviados
pelo mundo ser assim
tranquilos e sabendo
ter desaprendido o suficiente até ali,
Agora suspeitávamos
com mais clareza em nossos escuros
qual o lado da noite umedece primeiro
e a despedida
uma estrela despontava
repentina anunciava
a vinda das constelações
entre a espera
e a melodia
o dia se findava
e a estrela anuciava
o entardecer das ilusões
levantamos,
tendo acompanhado
o pôr-do-sol até seu fim
E saímos aliviados
pelo mundo ser assim
tranquilos e sabendo
ter desaprendido o suficiente até ali,
Agora suspeitávamos
com mais clareza em nossos escuros
qual o lado da noite umedece primeiro
arco-iris
Chove a chuva de verão,
na estrada um portal
de cores e luz
enamora-se nos raios de sol
Sem que percebessemos
prismas de água desabrochavam
na boa sorte de nosso temporal
na estrada um portal
de cores e luz
enamora-se nos raios de sol
Sem que percebessemos
prismas de água desabrochavam
na boa sorte de nosso temporal
rumo ao sol
Quatro corações
num sonho, voam livres
o verão ressoa
Novas lembranças
serenam raízes, um tema
de vida a toa
Rumando ao Sol
esquecemos o medo
Tranquilamente
num sonho, voam livres
o verão ressoa
Novas lembranças
serenam raízes, um tema
de vida a toa
Rumando ao Sol
esquecemos o medo
Tranquilamente
manhã de sonho bom
Um galo
sozinho
tenta
tecer a manhã
os olhos
são amanhecidos
de surpresa
depois de um sonho bom
tons de turquesa
invadem a lembrança
na ponte do rio Zé Pedro
faz sentido nossa andança
sozinho
tenta
tecer a manhã
os olhos
são amanhecidos
de surpresa
depois de um sonho bom
tons de turquesa
invadem a lembrança
na ponte do rio Zé Pedro
faz sentido nossa andança
a esmo
Vacas Abanam
Seus Rabos
No pasto do sossego
esqueço de tudo
num bom de miragem
lembro de como é bom
estar a esmo
mesmo que seja só de passagem
Seus Rabos
No pasto do sossego
esqueço de tudo
num bom de miragem
lembro de como é bom
estar a esmo
mesmo que seja só de passagem
embalo da estrada
A chuva nos acompanha
numa brincadeira risonha
estranho jeito de estar diferente
sonho suspeito que vem de repente
nas veias no imenso Brasil
Apenas amor se fosse pra escrever
apenas uma palavra no seio da estrada
que vai dissolver poesia em risada
tudo embalado na mesma jogada
numa brincadeira risonha
estranho jeito de estar diferente
sonho suspeito que vem de repente
nas veias no imenso Brasil
Apenas amor se fosse pra escrever
apenas uma palavra no seio da estrada
que vai dissolver poesia em risada
tudo embalado na mesma jogada
reta longa
Olhos novos
num segundo eterno
Deixe estar...
(Corações de ouro
desbravam Minas)
Tudo ficar
Por morros e curvas,
Entardecer
Em uma viagem desaparecer
Voar no sopro sonhado
no vento tão esperado
dançndo numa reta longa
num segundo eterno
Deixe estar...
(Corações de ouro
desbravam Minas)
Tudo ficar
Por morros e curvas,
Entardecer
Em uma viagem desaparecer
Voar no sopro sonhado
no vento tão esperado
dançndo numa reta longa
poema estradeiro
1000 km depois, acho que já podem sair as palavras
lisas e frescas
como o vôo sincrônico de um casal de araras verdes
Sobre as veredas e curvas da estrada
lembro-me de um poeta japonês (estradeiro também),
costumava dizer que poesia boa,
como um salto ao além,
se escreve fora de casa
ao ar livre livrando as asas
E assim siguimos essa viagem musical
sobre quatro rodas
Brasil afora num passeio astral
lisas e frescas
como o vôo sincrônico de um casal de araras verdes
Sobre as veredas e curvas da estrada
lembro-me de um poeta japonês (estradeiro também),
costumava dizer que poesia boa,
como um salto ao além,
se escreve fora de casa
ao ar livre livrando as asas
E assim siguimos essa viagem musical
sobre quatro rodas
Brasil afora num passeio astral
sábado, 5 de fevereiro de 2011
cigarras e cores
Durante o pôr-do-sol
(mostrou-me minha morena):
é na copa dos coqueiros altos
que as cigarras gostam
de explodir a tarde
(mostrou-me minha morena):
é na copa dos coqueiros altos
que as cigarras gostam
de explodir a tarde
A volta
depois de tudo...
aperto o botão do elevador
Sob a tão cotidiana
luz da cruz do Guadalupe
estranhamente me sinto em casa
A descarga continua
o seu antigo vasamento
a geladeira que não teve
outro destino
uma viagem passa
e me lembra um sino
anunciando a grande festa
um monge sorridente
(isolado em alguma floresta)
a assopra sua esmerada
mandala de areia
feita em homenagem ao ar
Posso eu contar?
ou apenas
continuar
viajando, caminhando
sem cessar...
esse sonho rápido
de gosto tão intenso
que só encontramos no imenso
seio da estrada
Toma a mim completamente
até muda minha risada
aperto o botão do elevador
Sob a tão cotidiana
luz da cruz do Guadalupe
estranhamente me sinto em casa
A descarga continua
o seu antigo vasamento
a geladeira que não teve
outro destino
uma viagem passa
e me lembra um sino
anunciando a grande festa
um monge sorridente
(isolado em alguma floresta)
a assopra sua esmerada
mandala de areia
feita em homenagem ao ar
Posso eu contar?
ou apenas
continuar
viajando, caminhando
sem cessar...
esse sonho rápido
de gosto tão intenso
que só encontramos no imenso
seio da estrada
Toma a mim completamente
até muda minha risada
eterno transtorno
o martelo martela
em si mesmo
o próprio prego que o mantém preso
Na parede do museu
uma fixação apregoada
enferrujava infalivelmente
seu emsimesmamento
impressionava até o tempo
aplausos em tom de sarcasmo
sacudiram o seu marasmo
em si mesmo
o próprio prego que o mantém preso
Na parede do museu
uma fixação apregoada
enferrujava infalivelmente
seu emsimesmamento
impressionava até o tempo
aplausos em tom de sarcasmo
sacudiram o seu marasmo
Flamboyant
Vi uma árvore enfurecer-se
ela nem percebia
em meio a cores quentes
chovia vermelho no chão
enquanto coravam
rosadas as pétalas
desabou meu coração
ela nem percebia
em meio a cores quentes
chovia vermelho no chão
enquanto coravam
rosadas as pétalas
desabou meu coração
Árvores a marés
As árvores se refrescam
embaladas pelo vento
com suas raízes submersas em oceano,
agradecem molhadas à Lua
Enquanto isso uma borboleta Louca
livre e Leve flutua
num caso de amor arriscado
A maré se joga numa praia estreita
e sem suspeita, se apaixona
Num susto que anda de lado
uma inadequação me inundou
a beira do mar quedou-se em ostras
fiquei sem jeito de lidar com as coisas
Sem dar com isso
árvores e marés
orgiasticamente
continuavam seus ciclos
mergulhos e submersões
sonhos e intensões
floresciam desta dança
tão lunar
em seus prazeres terrenos
embaladas pelo vento
com suas raízes submersas em oceano,
agradecem molhadas à Lua
Enquanto isso uma borboleta Louca
livre e Leve flutua
num caso de amor arriscado
A maré se joga numa praia estreita
e sem suspeita, se apaixona
Num susto que anda de lado
uma inadequação me inundou
a beira do mar quedou-se em ostras
fiquei sem jeito de lidar com as coisas
Sem dar com isso
árvores e marés
orgiasticamente
continuavam seus ciclos
mergulhos e submersões
sonhos e intensões
floresciam desta dança
tão lunar
em seus prazeres terrenos
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