terça-feira, 13 de maio de 2008

Lá!

Em algum céu azul qualquer

A vontade de viver baila sob as nuvens...

Lá, aqueles que proclamavam crenças e ilusões

Agora cantam, amam, desiludem


Os que esperam ciclos de tédio e rotina,

Para guiá-los em sua jornada,

Decepcionam-se quando percebem

Que lá os dias não tem horas, nome, nada!


Apenas o deleite ingênuo presente

Nos momentos eternos e cíclicos

Podem oferecer um lampejo

Para procurar algum nome para o dia,

Se nomeá-lo não faz sentido

É por que não alimenta as entranhas da rotina!

Então o chamem apenas de vida, baderna real

Uma criança faminta que se lambuza no caos


Lá! Lá vai a Ilusão

Para, dança e chora

Desiste e se junta à aurora

Seu nome se torna canção

Lá! Lá vão as cores

Riem, mesclam-se e amam

Numa orgia que se torna farra

Desmancham o mundo em flores


E agora que as representações findaram,

Desiludidos dos papéis e promessas,

Volto-me para a última esperança:

Levantar, enfiar o casaco e ir para casa


Mas quando me viro

Lembro-me que “Lá!”

Foram queimadas casas e casacas

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