segunda-feira, 28 de março de 2011

elegia outonada (outunnig elegíaco)

Olhei pra vida
ela me olhou
fechei meus olhos
o tempo parou

Olhei pra vida
ela me olhou
fechei meus olhos
no pouco que sou

olhei pra vida
ela nem percebia
fechei meus olhos
pra ver que sorria

olhei pra tudo
e o mundo mudou
estranho andarilho
que me perturbou

olhei pra fora
e vi a estrada
louca e errante
correndo pra nada

olhei pra fora....
e vi a estrada
doce princesa
de tudo e de nada

olhei para o olho
pra ver eu olhando
só encontro um escuro
luar me amando

olhei pra tudo
pra ver o futuro
fechei os meus olhos
pra ver o incerto

Inverti a retina
pra ver se sorria
o mundo nem via
o mistério tão perto

olhei os seus olhos
e hesitando um segundo
vi folhas caindo
em outono profundo

olhei para vida
enxergando sem lema
abri a ferida
e escrevi um poema

olhei os seus olhos...
tão lindo o agora
e lancei-me em seu verde
ao lembrar nossa história

olhei os seus olhos
tão louco o agora
e lancei-me em seu verde
sem sonhar a vitória

caiu uma folha
na escolha do tempo
se assenta num susto
suave momento

caiu uma folha
na escolha do tempo
se assenta suave
num leito de grama

tudo tranquilo
num peito que ama
caiu uma folha
num denso mergulho

se despede dos galhos
e se deita sozinha
como todas as outras
fazendo sua parte

uma ideia noturna
permance sombria
o outono é pra mim
sempre uma arte?


caiu uma folha
numa queda marcada
e de algum modo sem motivo
me alegro em estar vivo
me alegro pela amada

caiu uma folha
na escolha do tempo
é possível cair
sem o sopro do vento?

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