sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Trasmutação Profana

Algum dia adentrarei o bar
Com o sorriso de quem
Pacientemente guarda um segredo

Retribuirei meus amigos,
Parceiros dessa eterna
Inspeção alquímica da noite,
Com o mais merecido
Abraço bem dado

Meus olhos (vermelhos)
Reluzindo a faísca homérica dos desiludidos
Serão serenos e incisivos
Como os de um sacerdote que vislumbrou o vazio

Minhas palavras (certeiras)
Insistindo nos velhos temas de sempre
Ressoarão eloqüentes
Como o som de tiros fatais em noites de trovoada

Nenhum mal poderá nos atingir
Nada irá envenenar nossa atenção
As preocupações foram mantidas
A kilometros de distância de nossos copos

Deus em sua onipotência
Terá abandonado os vagões de nossa noite
Às vaidades sanguinárias do amor
E no horizonte de nossas horas sem lei
Apenas a fruição cínica
Dos momentos intensos de boemia

Nesse dia
Marcado nos horóscopos poéticos
Terei aprendido a fórmula
Secreta que nos permite
Transmutar desilusão em vida

2 comentários:

ariana disse...

hehe. Gostei dessa!

Eduardo disse...

desilução em vida.
assim vamos!
e tá bom pra caralho!