segunda-feira, 6 de abril de 2009

Poema Sincero

Agora tenho sono
E um comprometimento real
Com todas a minhas verdades
Mesmo aquelas ainda não formuladas

Sou um pedaço de confusão
Como todo ser
Sou sincero quando convicto
E sempre convicto
frente à verdade que reside em mim

Não lamentarei a efemeridade
Nem a fragmentação
(apenas variações da mesma
antiga superficíe da experiência humana)
Nem por isso afirmarei verdades universais,
Não esperem de mim enunciados ou postulados
Sou tudo e nada entre um cientista
e um poeta
na busca de condensar-me no resíduo final de tudo:
O amor

Em qualquer pedaço real da vida cotidiana
Encontro a fagulha que torna todo o ser
uma estrela,
Na mesma medida em que meu estômago
evidencia certo asco e repugnância
Para os inconscientes em relação à vida
Como se me considerasse
Mais esperto, mais convicto
Mais sincerto e mais humano

No mesmo segundo
Sempre provisoriamente
me envolvo de piedade
(Por mim e por todos)
A ponto de me achar patético,
Apesar de claro, óbvio e verdadeiro
Como deve ser um gota de chuva

Resolvo minha equação
Nos termos da minha intuição
Me sinto verdade empática
Asco prepotente
Tudo no mesmo salto
Em que me sinto amar
Em que me descubro
Humano

A vida traz em seus poros
Sementes o suficiente
Para fazer brotar de tudo
Nas mais diferentes superfícies
Sendo eu parte revoltada
(por vezes histéricamente resignado
por outras sinceramente apaixonado
Um lunático que passeia entre o cômico
E a doçura demasiada que me torna enjoativo)
Sendo eu parte...

Apenas germino o que o vento me sopra
sou hoje amor, sou sempre amor
que frutifica diferentemente
dependendo da estação,
da semente e do PH do solo

A verdade
É que mesmo sendo abstrato
Sou sempre real
Pois abstração não existe

Quero papel e caneta
bons amigos que me entendam no olhar
Madrugadas para beber impiedosamente
E no fim, no começo
ou em qualquer momento
Uma paixão, Um amor
Sereno ao ser corrosivo
Para me fazer esquecer de tudo
Enquanto me torno
Mais de mim mesmo

4 comentários:

ariana disse...

Puxa!

Que lindo!

(:

Kathren disse...

William Ernest Henley : "Dentro da noite que me cobre Negra como as Profundezas, de um pólo ao outro, Agradeço aos deuses, se é que existem, pela minha alma indômita. Nas garras ferozes das circunstâncias Não me encolhi, nem fiz alarde do meu pranto. Golpeado pelo acaso, Minha cabeça sangra, mas não se curva. Longe deste lugar de ira e lágrimas Só assoma o Horror da sombra, Ainda assim, a ameaça dos anos Me encontra, e me encontrará sempre, destemido. Não importa quão estreita seja a porta, Quão profusa em punições seja a lista, Sou o mestre do meu destino. Sou o capitão da minha alma."

Luiz Alberto Machado disse...

Tudo muito bom por aqui, gostei. Indicarei nas minhas páginas.
Abração
www.luizalbertomachado.com.br

Anônimo disse...

Hoje consegui atualizar a leitura dos seus escritos. Fico feliz por, de alguma forma, ter ajuda a construir essa mente louca.