segunda-feira, 10 de junho de 2013

O santo com seu colar de contas

O Santo com seu colar de contas

Os lençóis azulados do céu 
Estendem seus aromas sobre as alamedas da tarde
Em algum lugar desta cidade
Caminha solitário
Um santo com seu colar de contas

Suas vestes açafroadas, seu corpo decorado com tilaka
Seu olhar profundo de quem vislumbrou o amor
Evidenciam seu ofício transcendental

Mas como parte de sua renúncia,
Como tema de seu desenredo
Poucos compreendem seus sublimes passatempos...

Enquanto ele se absorve em seu samadhi anônimo,
Cantando os santos nomes do senhor
Caminhando tranquilamente pelas ruas da cidade
O vento certamente delinea, segrdos que o sol clareia
Melodias de alegria Suspiros de verdade
Mediante à poesia circunscrita em seus pés de lótus

O templo agora está silencioso, apenas as deidades-
Agora já alimentadas, servidas e adornadas, com flores
Incensos, amor e devoção- fazem companhia a dois devotos.

O principal tesouro desse lugar sagrado – o devoto puro –
Saiu para cantar suas contas sem que ninguém o interrompesse,
Ninguém sabe para onde ele foi
Saiu após ter cozinhado a manhã inteira, após ter lavado as panelas,

Saiu pelas ruas cidade
Anonimamente
Um santo com seu colar de contas

Saiu por aí cantando como um rio sagrado que murmura
Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

Haverá alguém que, caminhando também pelas ruas
Talvez voltando do trabalho ou indo fazer compras
Talvez buscando o itinerário ou indo apenas ver o céu
Reconhecerá sua pureza tão cristalina?

Haverá alguém para reparar no óbvio
O fato fantástico de que seus pés não tocam o chão
E que seu caminhar sublime é a mais simples
Forma de levitação?

Haverá alguém para reparar que ele não é deste mundo
E veio para cá apenas para nos resgatar....
Nos levar de volta pra companhia de Krishna
Nos levar de volta ao lar?

Sem se preocupar ele continua
Caminhando e cantando a mais sublime canção
O grande cântico da libertação

Os pássaros se regojizam e as árvores
Escolhem as suas mais belas folhas
Para lançar no exato momento de sua caminhada
A cidade se purifica sem saber
Na caminhada que realiza
O santo anônimo
Com seu colar de contas 

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