sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Dia do Louco

Risadas e Risadas

Ecoavam pelas ruas

Festas lantejoulas e luzes

Enfeitavam a beberagem sem fim


Foram assim os primeiros dias

Do desgoverno do louco

Pessoas sem nome e sem dono

Felicidades sem rédeas enfim


Pouco a pouco a coragem ia embora

Semanas de loucura sem nome

E de fogueiras alimentadas com relógios

Assustavam aqueles que esperavam o esperado

Após o raiar colorido da aurora


A lei era o fogo, volúpia e prazer

Queimem as regras e os juizes

Ame sem limite e sem nome,

Afinal a liberdade é chama que consome


Quando cantou a boa nova

A terra e alma entraram em transe

Choque, alegria e esperança

Daqueles viventes até então sem vida


Mas pouco a pouco a coragem ia embora

Semanas de loucura sem nome

E de fogueiras alimentadas com relógios

Assustavam aqueles que esperavam o esperado

Após o raiar colorido da aurora


O louco não passava um dia

Sem fazer amor barulhento com a loucura

No primeiro dia matou sua família

Na segunda seu deus e professores



Afinal ele era livre era louco

Arauto do delírio, desvairado em fissura

Estimulava todos a fazerem o mesmo:

Matar todos, no ser, que não eram luzes


Tornou-se foco de ódio e escrutínio,

Ele amava a critica e as pedras!

Tornou-se fonte de esperança,

E odiava essa rainha ilusória!


Os primeiros a atacarem

Foram os tediosos e covardes

Os primeiros a abandonarem,

Os revolucionários do futuro


Preferia amar a Insanidade, a prostituta

A cumprir as promessas do amanhã


Certa vez em uma noite estrelada

Foi beijado finalmente por sua amada

Como não entendia o porquê do apego

Na necessidade de um guia salvador


Abandonou e largou seu projeto,

“Deixe que os loucos e vagabundos o construam”,

Mergulhou na noite estrelada

Para queimar na eternidade sem pudor


Pouco a pouco coragem ia embora

Mas a utopia ainda dança nas cabeças sem nome

Alimentada pela verdade da diferença,

O sonho continua a apavorar

Aqueles que esperam o esperado após o raiar da aurora

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