Um dia soprou de leve
a brisa movente do tempo
Dois passos que dei derrepente
Tropeçaram no porém do futuro
O que dizer do ininterrupto
fluxo secreto da vida?
O que silenciar
no segredo que emana do fim?
Sou pouco para tanto viver,
Sou muito dentro os tanto tropeços
e entre os erros que cometi
os arranjos que me conduziram
ainda espantam com a surpresa de tudo,
o mistério conduzindo lembranças
sugere o rumo perdido
de todas as viagens realizadas
Tantos sorrisos, canções, praias
rios, cachoeiras e madrugadas,
entorpecido me encontro
pela própria potência da vida!
Ah! Ainda há tanto para se fazer,
tantas estradas a percorrer...
tanto já me fascinei com todos os sonhos vividos:
fluxo sequência de acontecimentos sem fim
lábio reluzente em noite de lua cheia
Paisagens em movimento na Janela lateral
Todas as rotações das incontáveis estrelas dos inumeráveis universos
e tudo o que queria é pouco para o tanto,
lapso de eternidade provável que em resíduo último sou...
Infinito buscado de cada segundo
Promessas lançadas no passado distante
Tudo isso me engrandece e me ridiculariza
como a trajetória humana de cada entidade viva
encarnada neste corpo destinado ao prazer e à transcendência!
Ah! Ainda há tanto para enfrentar, tanto para amar, tanto para sonhar...
tanto no entretanto de tantos poréns
que assolam o enquanto desse além de que nunca chega
Esse desafio de aprender a cada desencontro
a responsabilidade de manter-se louco, ao menos um pouco
sendo amor da cabeça aos pés
apesar dos compromissos, apesar de tudo:
esse futuro que tecemos a cada aurora
esse mistério gostoso de cada entardecer
Seja o dia paleta densamente colorida
Ou de moldes cinzentos definitivamente opacos,
vivemos e tecemos nosso rumo incerto,
estradar movente da vida que nos guia
O sol que nos movimenta em suas rotações
Peregrinações cíclicas em torno do centro do universo
Entre o silêncio da contemplação
e o êxtase do cantar transcendental
multiplica a existência ínfima de meu temporário
Karma Terreno...
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