Os ventos do Atlântico,
Tão imenso e magnânimo
Naqueles dias pressentia em sua maresia,
Nas escarpas de suas monções,
A eminente presença divina de um santo.
E personificado preparava-se
Para prostrar-se perante aos seus pés de lótus
Transformando a turbulência constante
De suas ondas sempre em dança,
Em uma lagoa que seria inexplicável
Para o capitão do navio
Que carregaria aquela grande alma
As marés do mediterrâneo se purificariam
E os deuses do Olimpo
Abençoariam o filósofo transcendental
Que cruzando suas águas
Iria revolucionar
O mundo que eles haviam fundado
Diante da presença refulgente
Daquele destemido devoto puro
Semideuses entoavam alegremente
E em êxtase
Hinos védicos e mantras celestiais
Para abençoar a travessia:
Estrada aberta em oceano e paciência
Determinação e devoção
Daquele renunciante que vestido em açafrão
Livre de toda a ilusão
Seguia rumo ao ocidente
Levando em sua bagagem
Tão simples, tão humilde
Apenas um valor em rupias
Equivalente a sete dólares,
um guarda-chuva, uma máquina de escrever
um baú de livros:
Arsenal transcendental de conhecimento profundo
Sobre a eterna verdade-absoluta (Sri Krishna)
E um coração imenso
Disposto a precipitar
Em torrenciais tempestades melodiosas
De misericórdia e benção
Todo néctar do amor
Contido na mensagem do Senhor Chaitanya
Toda a maravilha simples e elevada
Contida no cantar dos santos nomes do senhor
Enquanto as estrelas do céu de setembro,
Que sabiam desde há muito sobre a predestinação
Inscrita no mapa astral daquele vaishnava,
Refletiam-se seu brilho diamantino
No mar profundo e negro da noite
O destemido teve um sonho,
Via uma embarcação
Carregando todas as encarnações de Deus,
E dela o Senhor Krishna falou com ele,
Suas palavras mais doces que o mel
Mais reconfortantes do que o vento
No outono de Vrindavana:
“Não tema meu filho,
Tudo correrá bem, eu cuidarei de tudo”
Em sua mente pura e controlada
Apenas a obstinação
Em seguir com perfeição
As ordens e instruções
Dadas por seu querido mestre espiritual
Nada poderia desviá-lo,
Nenhum obstáculo
Poderia contê-lo,
E nem três ataques cardíacos,
À bordo do Jaladuta,
Abalariam sua fé inquebrentável
Todas as flores, nas cores loucas e imprevistas
De todas as primaveras
Daqueles tão auspiciosos anos 60
Eram tão somente uma homenagem
Secreta e barulhenta
Feita para sua chegada especial...
O florescer da juventude,
A melodia dos Beatles,
A virtuose de Hendrix,
Todas as buscas desesperadas por Liberdade,
Toda poesia irracional dos estradeiros,
Tão somente sintomas,
De uma transformação muito mais profunda
Arranjos de Krishna,
Para enfeitar o jardim
Antes da chegada de seu enviado
O ocidente não poderia continuar
Sendo assim tão chato e cinzento
Para receber o maior dos visionários,
O sábio sem precedentes,
O arauto definitivo do amor supremo
O servo dos pés de lótus de Krishna
Que carrega na mansidão do olhar
Toda a profundidade e lucidez
Da sabedoria milenar mais profunda e certeira
Já ofertada à humanidade,
Os olhares oceânicos
De todos os antigos
E imortais sábios poetas da criação,
Tais como Narada e Vyasa,
Passando por Madhva, Isvara,
Bhaktivinoda, Goura das Babaji,
Chaitanya e os seis Goswamis de Vrindavana
Derramavam lágrimas de alegria
Gotas de lótus,
Orvalho da alvorada frente à poesia
Tão indizível
Daquela missão transcendental
O ocidente,
Como a semente iluminada
De um lótus em meio lama
Como o amarelo de um girassol
Vivo apesar de coberto pela fuligem do trem
Finalmente poderia desabrochar
Perante os tão desejados
Raios da lua benção
Que aquele devoto,
Sua Divina Graça Abhay Charanaravinda Bhakativendanta Swami Prabhuapada,
Emitiria a cada passo e sentença
Proporcionando a revolução
Mais colorida e dançante
Que filósofo ocidental nenhum,
Dantes havia sonhado
Talvez apenas os poetas,
Em seus mais sublimes
Versos de amor e liberdade
Poderiam ter se aproximado
Uma revolução de amor,
De melodia
De pureza e devoção incondicional
À suprema Personalidade de Deus
Sri Krishna
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