Susto
desgosto
osso renovado por musgos
entre passatempos
ressoa
o infinito transcrito no azul
todos em fila
a louvar essa união
soam vozes
indiziveis,
o dia se revela lúcido
letras eletrônicas
a poesia vindo de algum rio
o fluxo do ser em vida
eternidade para além do corpo
passageiro no itinerário
temporário rarefeito
esse vagão da ilusão
porosas percepções
o mundo moderno não vê
suas limitações
que percebo em mim
encontramos respostas
seduzidos pela residente
verdade absoluta dentro do coração
milionésima parte de um fio de cabelo,
a alma, essa viajante
gorjeia em uma árvore
abstrata metáfora de prabhupada
concreta situação sobre a estrada da vida
desfrutando
frutos maduros
iludimo-nos
sobre as possibilidades do ar
o voo nos espera
a poesia me seduz,
e enamorado lanço palavras na tela luminosa
eterna e lancinante
ela vagueia pela boca dos poetas
linguas, lambidas, loucuras
disfarça-se daquilo que não é
chama-o de Maya,
esconjuro-a mas ela se revela
dança, canta da ritmo ao fluxo dos planetas
ao fluido das placentas
o ventre de novos nascimentos
daquilo que nunca nasceu e nunca morrerá
a poesia,
a presença perene daquilo que é real
em meio a um festival de intempéries confusas
feira livre de palavras cotidianas
olá, como vai, bom dia
olhares compromissos tédio poesia
a necessidade a utilidade
o concurso perdido
a concretude da matéria
sobre as artérias pulsantes dessa intangível
vontade de ser para sempre
por detrás da nebulosa,
nobre fato, noite intacta
tudo luminoso
lá onde a refulgência é multicolorida
de onde viemos, pra onde vamos
o por detrás de tudo
o porém do absurdo
essa vontade de escrever
e de te encontrar
e te amar como se nada tivesse fim
nossa condição é perceber
que não encontraremos aqui
aquilo que nos preencherá
para além de todo o vazio
apenas Lá! apenas Lá!
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