I
Treme o espírito
Em uma entrega celebrada
Dançam os ventos
Sem se importar
Um furacão conduzido
Nas asas de mil colibris
Carrega intensamente
Meus desejos de ser
Sofro num despertar
Presente do corpo
Perco as palavras
E Tudo que me resta
É a canção da floresta
II
De olhos fechados
Adentro o mundo de sonhos abertos
Sou conduzido por uma leveza
Que me traz a paz de uma praia tranqüila
Deitado e sem forças
Quase um náufrago de transcendências
Sinto saudade das pessoas que amo
III
Num profundo silêncio
Adentro nos mistérios da mata
Ao viver meu ser se dissolve
Sou um
Com o que não conheço
No ponto luminoso
De meu desejoso coração
Florescem pétalas de lótus
Prostrado e humilde
Faço uma prece profunda
E assim ao modo que um rio
Molhando o leito lascivo da terra
Uma calma na alma me inunda
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