Tento escrever poemas
que só atingem o patamar de fragmentos
contento-me
afinal, os momentos também são efêmeros
e as gotas de chuva
não mais do que gotas de chuva
assim precipito-me em alternâncias sazonais
variando entre tormento e inspiração
sustos de outono e nostalgias do verão
das rimas ao assimétrico do hermético à canção
Sei que sou patético não mais que ilusão
Mas algo naquilo que escondem
as cores do pôr-do-sol
naquilo que nos mostram
as nuvens adensadas de chuva
e no azul da indiscriminada
face do vento
Algo no gosto indescritível
dos lábios da amada
Algo nessa loucura gostosa
que nos dá a estrada
tacitamente me diz
que apesar deste ocre
sentimento de patético
tudo isso é poético
e por isso escrevo
por isso sonho
e assim me atrevo
num brincar risonho
tentando encantar o mundo
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