Chorem todos os poetas!
Sei que a gravidade
dos seus olhos
(sombreados de amor)
Talvez os levem
A um dar de ombros sereno
Ou a um flerte furtivo
com a moça que passa
Sim, senhores
apesar de tudo
o passear das moças
apesar de não tão despretensioso
como outrora, ainda está ai
Mas chorem poetas,
Quando a Lua não surgir
e solitariamente
Vier uma lágrima de desanuvio
chorem este pranto,
que vos canto.
O mundo ruiu,
Continuou assim desde a tempos
e tem teimando
em arrastar a vida toda ao abismo
Não nos resta o luto de sétimo dia
O morto já foi enterrado
E sua memória é agora longínqua
O ar nos falta
O amor também
Vós que cantais
a angústia
do desencanto que pairava
Agora não veriam fragmento
do que um dia foi lamento
Tudo muito pior
E auspiciosamente o mesmo
E assim me encontro aqui
a lhes dizer:
Chorem poetas,
Pois ao reluzir de suas lágrimas
chorarei também!
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