Tanta coisa pra fazer
E eu estou aqui,
Acho que é nesses momentos
Que realmente descubro
O que é momento
O mundo
Poderia desabar em tormenta
E levar tudo o que deve ser feito
Mas a verdade é que
O momento só existe
Pois o delírio já se abriu
E vorazmente engoliu
Tudo o que não era vida
Parado eu observo tanta coisa
Inclusive o espaço entre as imagens
A preencher o vácuo entre pensamentos
Sentando de maneira plena
Na sincronia imprecisa das gotas de chuva
Por isso sento, paro
Observo, vejo e escuto
E as coisas que deveria fazer
Esperam ou queimam
São apenas um rabisco sujo
Na vida inconsciente
Pela qual se esgueiram
(eu estou aqui, elas não sei
Deveriam procurar algum lugar
Para estar)
No final das contas
Os momentos não existem
Aos montes como deveriam
Pois o movimento ininterrupto de tudo
Faz parecer que o parar assusta
E que o nada fazer
Excomungado deve ser
Como um erro insensível de quem não vive
Sendo assim, não faça nada amigo
E amigos seus os momentos serão
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