E agora convencidos
Para onde vamos?
Embebedar-nos na saudade
Ao chorar aos braços da nostalgia?
E agora, convencidos
O que nos resta?
Arrastar-nos sem sonhos
Ao viver com pressa?
Quando foi que tudo aconteceu?
Em que minuto, ou ano
Ou geração maldita
A passividade sobre todos se abateu?
Como foi que as coisas assim ficaram?
Com que mentira, violência ou rotina
Nossos sonhos estupraram?
Qual promessa, ilusão ou conforto
Foi forte para nos convencer
Que a nossa amada, utopia
Não é o viver
Qual é a mentira que nos engana
Desde o principio
Qual a ilusão que nos faz brinquedos
Desde o inicio?
Pensam que só perguntas
É que nos resta
Mas o nada sempre esteve ai
A espreitar na fresta
Das pernas de nossas ilusões
Na fechadura do quarto onde
Não somos senão quando
Seremos enfim agora
No resumo
Respondo com o que nunca fomos
A pergunta que sempre é,
Aquela que ecoa na lágrima do sacrifício
Ou no silêncio da resignação
Mas quem terá coragem
E que será correndo
O ser que loucamente grita
A vida em si crescendo?
Mas quem terá coragem
De olhar de si pra dentro
Enfrentando aos berros
A própria voz de um ser morrendo?
Pois numa caminhada
Na qual não se sabe o valor da morte
Tampouco valor
A pobre vida tem
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