segunda-feira, 26 de maio de 2008

Aos Utópicos todos nós

E agora convencidos

Para onde vamos?

Embebedar-nos na saudade

Ao chorar aos braços da nostalgia?


E agora, convencidos

O que nos resta?

Arrastar-nos sem sonhos

Ao viver com pressa?


Quando foi que tudo aconteceu?

Em que minuto, ou ano

Ou geração maldita

A passividade sobre todos se abateu?


Como foi que as coisas assim ficaram?

Com que mentira, violência ou rotina

Nossos sonhos estupraram?


Qual promessa, ilusão ou conforto

Foi forte para nos convencer

Que a nossa amada, utopia

Não é o viver


Qual é a mentira que nos engana

Desde o principio

Qual a ilusão que nos faz brinquedos

Desde o inicio?


Pensam que só perguntas

É que nos resta

Mas o nada sempre esteve ai

A espreitar na fresta

Das pernas de nossas ilusões

Na fechadura do quarto onde

Não somos senão quando

Seremos enfim agora


No resumo

Respondo com o que nunca fomos

A pergunta que sempre é,

Aquela que ecoa na lágrima do sacrifício

Ou no silêncio da resignação


Mas quem terá coragem

E que será correndo

O ser que loucamente grita

A vida em si crescendo?


Mas quem terá coragem

De olhar de si pra dentro

Enfrentando aos berros

A própria voz de um ser morrendo?


Pois numa caminhada

Na qual não se sabe o valor da morte

Tampouco valor

A pobre vida tem

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