Foi numa das nossas viagens
a primeira em que do ínicio ao fim
éramos apenas eu e a mulher amada
doce companheira estradeira
também apaixonada pela poeira da estrada
descemos a serra pela graciosa
em busca do que não sabíamos ao certo
na certa que por amor, vontade
de viver e ficar junto procurar amor-verdade
reiventando segundos em nossas maneiras de amar
na certa também que por tédio,
pra inventar um remédio
que transmutasse aquele drama
de viver a vida urbana que tanto alimentava
nossos sonhos estradeiros de voar sem paradeiro
“like a roling stone”e viver fora dela
numa casa de campo, ouvir mais passarinhos
com seus gorjeios e encantos
avizinhar cachoeiras e ao abrir a janela
abraçar o horizonte desfrutando carinhos
apaixonados em meio as impressões de um pôr-do-sol
Nos perderemos entregues ao arrebol
em tons de azul e amarelo, laranja e púrpura,
de violeta e dourado de nuvem e cor
nunca imaginados por nossos corações
inundados em ondas de amor
nem nossas ilusões, angústias ou devaneios
nem cem anos de solidão ou mil encarnações perdidas
terão força para impedir os anseios
luminosidades brotando do caminho amoroso
que a gente decidiu acreditar
assim como olhar
para uma fonte de infância
naquele cidade para qual fomos
ao descer a serra me pôs a sonhar
o tempo corre sublime
menino e brincando
girando encantando
ou sentando num banco
olhando olhos verdes falando em amor
sem se importar, no entanto
se a vida
está a passar
canto por canto
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