quarta-feira, 28 de setembro de 2011

apaixonados em meio as impressões de um pôr-do-sol

Foi numa das nossas viagens

a primeira em que do ínicio ao fim

éramos apenas eu e a mulher amada

doce companheira estradeira

também apaixonada pela poeira da estrada


descemos a serra pela graciosa

em busca do que não sabíamos ao certo

na certa que por amor, vontade

de viver e ficar junto procurar amor-verdade

reiventando segundos em nossas maneiras de amar


na certa também que por tédio,

pra inventar um remédio

que transmutasse aquele drama

de viver a vida urbana que tanto alimentava

nossos sonhos estradeiros de voar sem paradeiro

“like a roling stone”e viver fora dela

numa casa de campo, ouvir mais passarinhos

com seus gorjeios e encantos

avizinhar cachoeiras e ao abrir a janela

abraçar o horizonte desfrutando carinhos


apaixonados em meio as impressões de um pôr-do-sol


Nos perderemos entregues ao arrebol

em tons de azul e amarelo, laranja e púrpura,

de violeta e dourado de nuvem e cor

nunca imaginados por nossos corações

inundados em ondas de amor

nem nossas ilusões, angústias ou devaneios

nem cem anos de solidão ou mil encarnações perdidas

terão força para impedir os anseios

luminosidades brotando do caminho amoroso

que a gente decidiu acreditar


assim como olhar

para uma fonte de infância

naquele cidade para qual fomos

ao descer a serra me pôs a sonhar

o tempo corre sublime

menino e brincando

girando encantando

ou sentando num banco

olhando olhos verdes falando em amor

sem se importar, no entanto

se a vida

está a passar

canto por canto

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